COMO FAZER DIAGNOSE VISUAL
O estado nutricional das
plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e
diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). O objetivo
da avaliação nutricional das plantas é identificar os nutrientes que estariam
limitando o crescimento e produção das culturas. Consiste basicamente, em se
comparar uma planta, uma população de plantas ou uma amostra dessa população
com um padrão da cultura em questão. O padrão seria uma planta “normal”, sem
nenhuma limitação do ponto de vista nutricional e capaz de altas produções.
Para um adequado monitoramento
da fertilidade do solo e da nutrição vegetal, recomenda-se conciliar os métodos
da análise de solo e da diagnose do estado nutricional das plantas.Na maioria
das vezes a folha é utilizada como amostra, pois é aquele que melhor reflete o
estado nutricional da planta. Como nas folhas ocorrem os principais processos
metabólicos do vegetal, as mesmas são os órgãos da planta mais sensíveis às
variações nutricionais. Se houver falta ou excesso de um nutriente, isto
se manifestará em sintomas visíveis, os quais são típicos para um determinado
elemento.
Diagnose visual na Cultura da Cana-de-açúcar:
De acordo com a fisiologia vegetal e a mobilidade dos
nutrientes dentro da planta, deve-se observar se os sintomas ocorrem nas folhas
velhas ou novas, de forma que é possível elaborar chaves de diagnose visual.Chave
para identificação de deficiência e toxidez.
Nitrogênio (N): A deficiência de nitrogênio causa
efeitos generalizados sobre toda a planta, com definhamento das folhas mais
velhas. As lâminas foliares ficam uniformemente verde-claras a amarelas e os
colmos ficam mais curtos e finos. Há atraso no desenvolvimento vegetativo e as
pontas e margens das folhas mais velhas tornam-se necróticas (secam)
prematuramente.
Fósforo (P): Com a falta de fósforo, as folhas
velhas apresentam-se com tons avermelhados nas pontas e margens das folhas
expostas ao sol. Ocorre, ainda, uma diminuição no seu tamanho. Os colmos ficam
menores e finos e há diminuição do perfilhamento da planta.
Potássio (K): Os sintomas da deficiência têm início
nas folhas velhas, que apresentam-se amarelo-alaranjadas, sendo que podem se
tornar totalmente marrons. Essa clorose evolui para necrose, deixando as folhas
com aspecto de queimadas. Ocorre, também, afinamento dos colmos e a nervura
principal apresenta manchas de coloração avermelhada. Um sintoma de deficiência
de potássio que ocorre no final do ciclo é o ponteiro em forma de leque,
conhecido como “topo de penca”.
Cálcio (Ca): Os sintomas de carência de cálcio
ocorrem em folhas novas, que ficam esbranquiçadas e enrolam para baixo,
formando um gancho (Figura 4). As folhas mais velhas podem ficar com
aspecto enferrujado. Quando a deficiência fica mais aguda, nota-se um
afinamento e amolecimento dos colmos.
Magnésio (Mg): Os sintomas aparecem nas folhas
velhas na forma de pontuações, começando nas pontas e ao longo das margens.
Surgem lesões necróticas vermelhas com aparência de ferrugem. A parte interna
da casca do colmo apresenta coloração amarronzada.
Boro (B): A deficiência de boro causa uma deformação
nas folhas novas, que se apresentam retorcidas chegando a formar “nó” entre as
folhas. Surgem lesões translúcidas (sacos de água) entre as nervuras e plantas
novas com muitos perfilhos. As folhas tendem a ficar quebradiças e as folhas do
cartucho podem ficar cloróticas e, posteriormente, necróticas, semelhantes aos
sintomas da doença conhecida como Pokah boeng.
Enxofre (S): O sintoma de deficiência de enxofre é
evidenciado nas folhas novas, que apesentam clorose generalizada, diminuição do
tamanho das folhas e colmos muito finos.
Cobre (Cu): A deficiência de cobre leva à ocorrência
de clorose em folhas novas na forma de “ilhas” ou manchas verde escuras. As
touceiras não conseguem se sustentar (touceira amassada) e os tecidos foliares
perdem turgidez, fazendo com que as folhas fiquem caídas (sintoma de topo
caído).
Manganês (Mn): A falta de manganês faz com que as
folhas novas apresentem clorose entre as nervuras, da ponta até o meio da
folha, que evoluem para necroses. Com o vento, ocorre o desfiamento das folhas.
Zinco (Zn): Com a deficiência de zinco, surgem
estrias cloróticas verde-claras nas folhas, formando uma faixa larga, sendo que
a região bem próxima da nervura central e das bordas permanece com uma faixa.
As folhas ficam curtas, assimétricas e largas na parte
média. O perfilhamento é reduzido e os internódios, mais curtos. Os colmos
ficam mais finos e podem perder a turgidez (sintoma de colmos moles).
Molibdênio (Mo): A deficiência de molibdênio causa
pequenas estrias cloróticas longitudinais, começando no terço apical da folha.
As folhas mais velhas secam, prematuramente, do meio para as pontas.
Ferro: A falta de ferro pode causar clorose
internerval nas folhas mais novas e, conforme a deficiência se acentua, toda a
planta vai ficando clorótica-esbranquiçada.
Diagnose visual na Cultura do Milho:
Nitrogênio: Amarelecimento da ponta para a base em
forma de "V'; secamento começando na ponta das folhas mais velhas e
progredindo ao longo da nervura principal; necrose em seguida e dilaceramento;
colmos finos.
Potássio: Clorose nas pontas e margens das folhas
mais velhas seguida por secamento, necrose ("queima) e dilaceração do
tecido; colmos com internódios mais curtos; folhas mais novas podem mostrar
clorose internerval típica da falta de ferro.
Magnésio: As folhas mais velhas amarelecem nas
margens e depois entre as nervuras dando o aspecto de estrias; pode vir depois
necrose das regiões cloróticas; o sintoma progride para as folhas mais novas.
Zinco: Faixas brancas ou amareladas entre a nervura
principal e as bordas, podendo seguir-se necrose e ocorrer tons roxos; as
folhas novas se desenrolando na região de crescimento são esbranquiçadas ou de
cor amarelo-pálida; internódios curtos.
Fósforo: Cor verde-escura das folhas mais velhas
seguindo-se tons roxos nas pontas e margens; o colmo também pode ficar roxo.
Molibdênio: Pequenas manchas brancas nas nervuras
maiores, encurvamento do limbo ao longo da nervura principal.
Enxofre: Folhas novas e recém-formadas com coloração
amarelo-pálida ou verde suave. Ao contrário da deficiência de nitrogênio, os
sintomas ocorrem nas folhas novas, indicando que os tecidos mais velhos não
podem contribuir para o suprimento de enxofre para os tecidos novos, os quais
são dependentes do nutriente absorvido pelas raízes.
Cálcio: As pontas das folhas mais novas em
desenvolvimento gelatinizam e, quando secas, grudam umas às outras; à medida
que a planta cresce, as pontas podem estar presas. Nas folhas superiores
aparecem, sucessivamente, amarelecimento, secamento, necrose e dilaceração das
margens e clorose internerval (faixas largas); morte da região de crescimento.
Boro: Faixas alongadas aquosas ou transparentes que
depois ficam brancas ou secas nas folhas novas; o ponto de crescimento morre;
baixa polinização; quando as espigas se desenvolvem podem mostrar faixas
marrons de cortiça na base dos grãos.
Cobre: Amarelecimento das folhas novas logo que
começam a se desenrolar, depois as pontas se encurvam e mostram necrose, as
folhas são amarelas e mostram faixas semelhantes às provocadas pela carência de
ferro; as margens são necrosadas; o colmo é macio e se dobra.
Ferro: Clorose internerval em toda a extensão da
lâmina foliar, permanecendo verdes apenas as nervuras (reticulado fino de
nervuras).
Manganês: Clorose internerval das folhas mais novas
(reticulado grosso de nervuras) e depois de todas elas quando a deficiência for
moderada; em casos mais severos aparecem no tecido faixas longas e brancas e o
tecido do meio da área clorótica pode morrer e desprender-se; colmos
finos.
Diagnose visual na Cultura do Algodão:
Nitrogênio: A deficiência de nitrogênio
resulta em clorose, ou seja, perda da intensidade da cor verde em toda a
planta, por causa da redução da clorofila.
Fosforo: A deficiência de P reduz a fotossíntese, o
acúmulo e a translocação dos carboidratos para as maçãs do algodoeiro.
Potássio (K): O algodoeiro é considerado pouco eficiente na
absorção de potássio do solo quando comparado a outras espécies. Dessa forma, a
deficiência de K ocorre com maior frequência e intensidade que na maioria das
espécies agronômicas. Sua deficiência tradicional, em pré-florescimento, é
caracterizada pela clorose internerval das folhas do baixeiro, seguida de
necrose nas margens e queda.
Cálcio: A deficiência de cálcio (Ca) não é comum em
campo. Em geral, os efeitos da acidez do solo e da pobreza dos demais
nutrientes superam ou se expressam mais rápido do que o de deficiência desse
nutriente nas lavouras.
Magnésio: Os sintomas de deficiência de magnésio se
caracterizam pelo lento crescimento do algodoeiro. Por ser um nutriente de alta
mobilidade na planta, os sintomas iniciais surgem nas folhas do baixeiro.
Enxofre: Com a deficiência de enxofre, a
fotossíntese é reduzida, afetando a produtividade e a qualidade da fibra. As
plantas deficientes em enxofre têm crescimento reduzido.
Boro: Em virtude da baixa mobilidade do boro na
planta, os primeiros sintomas ocorrem nas partes jovens, nos tecidos de
condução e nos órgãos de propagação. Os sintomas de deficiência mais comuns no
campo são: amarelecimento das folhas do ponteiro; no período de florescimento/
frutificação aparecem anéis concêntricos verde escuros nos pecíolos e nas
hastes, com necrose interna da medula.
Dificilmente os micronutrientes cloro,
molibdênio, ferro, cobre e zinco apresentam deficiências visuais em
campo.
Diagnose visual na Citricultura:
N: Folhas velhas amarelas; folhas ralas; poucos
lançamentos.
P: Frutos com miolo ôco Fósforo.
K: Folhas bronzeadas e encurvadas; frutos pequenos; queda
exagerada de frutos Potássio.
Mg: Folhas velhas com V verde ao longo da nervura
principal.
Boro: Morte de gemas; folhas menores e deformadas.
Cobre: Folhas grandes e flácidas; exsudação de goma nos ramos
novos; frutos com manchas escuras.
Manganês: Folhas novas com amarelecimento ou cor
verde-pálida entre as nervuras.
Zinco: Internódios mais curtos; folhas novas estreitas
com cor amarelada entre as nervuras.
Diagnose visual na Cultura da Soja:
Macronutrientes primários: N, P, K
Nitrogênio (N): A característica da deficiência do N é a
redução uniforme de coloração verde das folhas, alterando-se para verde pálido
e amarelado (clorose), devido à elevada mobilidade desse nutriente, os sintomas
se iniciam pelas folhas mais velhas.
Fósforo (P):O P é rapidamente translocado dentro das
plantas e pode mover-se dos tecidos mais velhos para os mais novos, em
condições de reduzida disponibilidade no solo. Em plantas adultas, a grande
parte do P transloca-se para as sementes. Devido à alta mobilidade do P na
planta, seu sintoma de deficiência aparece, inicialmente, nas folhas mais
velhas, caracterizado pela coloração anormal em verde-escuro azulado ou
bronzeada. A cor púrpura deve-se ao decréscimo da síntese de proteína quando P
é deficiente. Outras anormalidades na planta podem ser: caules finos, folhas
pequenas, crescimento lateral limitado. Em linha onde o adubo fosfatado não foi
aplicado pela adubadora, as plantas ficaram com altura e crescimento reduzidos.
Potássio (K): Inicialmente, com a deficiência do K,
tem-se o amarelecimento no ápice das folhas adultas, sendo atingidas as bordas
e toda a lâmina foliar, com necroses posteriores dos tecidos na mesma ordem de
progressão dos sintomas. Na linha onde não foi realizada a adubação potássica
pela adubadora, nota-se o amarelecimento das folhas e plantas menores do que as
normais, com haste grossa. As plantas com deficiência de K têm flores
remanescentes, menos vagens, o tamanho é pequeno e sem sementes, comparado com
plantas normais. As vagens são manchadas o que afeta a qualidade de sementes. A
deficiência de K também causa a abertura de vagens com germinação e
deterioração de sementes em seu interior. Em solos arenosos, a aplicação
insuficiente de K por vários anos pode causar sintomas de: haste verde, haste
verde e retenção foliar, frutos partenocárpicos.
Macronutrientes Secundários: CA, Mg e S
Cálcio (Ca): Com a carência de Ca, são afetados os pontos
de crescimento, bem como os meristemas apicais das hastes e das raízes, podendo
ocorrer à morte da planta. As folhas tornam-se enroladas e pode haver o colapso
dos pecíolos. O sistema radicular apresenta-se com coloração marrom e pequeno
desenvolvimento.
Magnésio (Mg): Sua deficiência é visualizada nas folhas
velhas, inicialmente em clorose marginal e, posteriormente, internerval,
seguindo-se o secamento das bordas.
Enxofre (S): Os sintomas de deficiência de S são
semelhantes àqueles do N diferindo-se deste último por ser nas folhas mais
novas, devido à sua menor mobilidade nos tecidos. O sistema radicular e a
nodulação são reduzidos. Excesso de S pode causar toxidez. A aplicação de
superfosfato triplo, no cerrado do primeiro ano, em lugar de superfosfato
simples (contém 13% de S) causa sintomas similares aos de deficiência de N e as
plantas não crescem. O excesso de S nas folhas causa manchas de amarelecimento.
Os Micronutrientes Que Tem Recebido Maior Atenção São
Boro, Zinco, Manganês, Molibidênio e Ferro
Boro (B): Devido à baixa solubilidade dos compostos
de B na planta, o sintoma de deficiência é constatado nas gemas apicais e em
folhas novas. Pela figura, nota-se que as folhas são coriáceas, rugosas e
espessas.Zinco
(Zn): O sintoma de deficiência de Zn é observado em
folhas adultas com coloração amarelo- castanho.
Cobre (Cu): Os sintomas de deficiência de Cu são:
clorose, morte apical e internódios curtos, clorose (cor violeta) nas bordas da
folha; desenvolvendo-se entre as nervuras, com início nas folhas novas.
Ferro (Fe): O sintoma de deficiência de Fe é a clorose
internerval, que pode ser confundida com o sintoma provocado pela deficiência
de N, em caso de ser inicial. Com a progressão dos sintomas visuais, é possível
distinguir da deficiência por N, por ocorrer em folhas mais novas. Devido à sua
mobilidade em estado mais avançado, a cor verde desaparece completamente
inclusive nas nervuras principais. A soja FTA é usada como planta indicadora de
deficiência de Fe.
Manganês (Mn): Plantas deficientes em Mn têm inicialmente
clorose nas folhas, sendo esse mais grosseiro do que o de Fe; a toxicidade se
caracteriza pela encarquilhamento das folhas e presença de pintas necróticas.
Molibdênio (Mo): Os sintomas de deficiência de Mo são
semelhantes aos de N, pois esse micronutriente é essencial à incorporação de N
ao esqueleto orgânico dos tecidos e em leguminosas, por ser integrante de
enzima nitrogenase, no caso de sua deficiência e também a absorção de N
atmosférico.
Figura 1: Exemplo de deficiência de nutrientes no milho
COMO FAZER DIAGNOSE VISUAL
O estado nutricional das
plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e
diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). O objetivo
da avaliação nutricional das plantas é identificar os nutrientes que estariam
limitando o crescimento e produção das culturas. Consiste basicamente, em se
comparar uma planta, uma população de plantas ou uma amostra dessa população
com um padrão da cultura em questão. O padrão seria uma planta “normal”, sem
nenhuma limitação do ponto de vista nutricional e capaz de altas produções.
Para um adequado monitoramento
da fertilidade do solo e da nutrição vegetal, recomenda-se conciliar os métodos
da análise de solo e da diagnose do estado nutricional das plantas.Na maioria
das vezes a folha é utilizada como amostra, pois é aquele que melhor reflete o
estado nutricional da planta. Como nas folhas ocorrem os principais processos
metabólicos do vegetal, as mesmas são os órgãos da planta mais sensíveis às
variações nutricionais. Se houver falta ou excesso de um nutriente, isto
se manifestará em sintomas visíveis, os quais são típicos para um determinado
elemento.
Diagnose visual na Cultura da Cana-de-açúcar:
De acordo com a fisiologia vegetal e a mobilidade dos
nutrientes dentro da planta, deve-se observar se os sintomas ocorrem nas folhas
velhas ou novas, de forma que é possível elaborar chaves de diagnose visual.Chave
para identificação de deficiência e toxidez.
Nitrogênio (N): A deficiência de nitrogênio causa
efeitos generalizados sobre toda a planta, com definhamento das folhas mais
velhas. As lâminas foliares ficam uniformemente verde-claras a amarelas e os
colmos ficam mais curtos e finos. Há atraso no desenvolvimento vegetativo e as
pontas e margens das folhas mais velhas tornam-se necróticas (secam)
prematuramente.
Fósforo (P): Com a falta de fósforo, as folhas
velhas apresentam-se com tons avermelhados nas pontas e margens das folhas
expostas ao sol. Ocorre, ainda, uma diminuição no seu tamanho. Os colmos ficam
menores e finos e há diminuição do perfilhamento da planta.
Potássio (K): Os sintomas da deficiência têm início
nas folhas velhas, que apresentam-se amarelo-alaranjadas, sendo que podem se
tornar totalmente marrons. Essa clorose evolui para necrose, deixando as folhas
com aspecto de queimadas. Ocorre, também, afinamento dos colmos e a nervura
principal apresenta manchas de coloração avermelhada. Um sintoma de deficiência
de potássio que ocorre no final do ciclo é o ponteiro em forma de leque,
conhecido como “topo de penca”.
Cálcio (Ca): Os sintomas de carência de cálcio
ocorrem em folhas novas, que ficam esbranquiçadas e enrolam para baixo,
formando um gancho (Figura 4). As folhas mais velhas podem ficar com
aspecto enferrujado. Quando a deficiência fica mais aguda, nota-se um
afinamento e amolecimento dos colmos.
Magnésio (Mg): Os sintomas aparecem nas folhas
velhas na forma de pontuações, começando nas pontas e ao longo das margens.
Surgem lesões necróticas vermelhas com aparência de ferrugem. A parte interna
da casca do colmo apresenta coloração amarronzada.
Boro (B): A deficiência de boro causa uma deformação
nas folhas novas, que se apresentam retorcidas chegando a formar “nó” entre as
folhas. Surgem lesões translúcidas (sacos de água) entre as nervuras e plantas
novas com muitos perfilhos. As folhas tendem a ficar quebradiças e as folhas do
cartucho podem ficar cloróticas e, posteriormente, necróticas, semelhantes aos
sintomas da doença conhecida como Pokah boeng.
Enxofre (S): O sintoma de deficiência de enxofre é
evidenciado nas folhas novas, que apesentam clorose generalizada, diminuição do
tamanho das folhas e colmos muito finos.
Cobre (Cu): A deficiência de cobre leva à ocorrência
de clorose em folhas novas na forma de “ilhas” ou manchas verde escuras. As
touceiras não conseguem se sustentar (touceira amassada) e os tecidos foliares
perdem turgidez, fazendo com que as folhas fiquem caídas (sintoma de topo
caído).
Manganês (Mn): A falta de manganês faz com que as
folhas novas apresentem clorose entre as nervuras, da ponta até o meio da
folha, que evoluem para necroses. Com o vento, ocorre o desfiamento das folhas.
Zinco (Zn): Com a deficiência de zinco, surgem
estrias cloróticas verde-claras nas folhas, formando uma faixa larga, sendo que
a região bem próxima da nervura central e das bordas permanece com uma faixa.
As folhas ficam curtas, assimétricas e largas na parte
média. O perfilhamento é reduzido e os internódios, mais curtos. Os colmos
ficam mais finos e podem perder a turgidez (sintoma de colmos moles).
Molibdênio (Mo): A deficiência de molibdênio causa
pequenas estrias cloróticas longitudinais, começando no terço apical da folha.
As folhas mais velhas secam, prematuramente, do meio para as pontas.
Ferro: A falta de ferro pode causar clorose
internerval nas folhas mais novas e, conforme a deficiência se acentua, toda a
planta vai ficando clorótica-esbranquiçada.
Diagnose visual na Cultura do Milho:
Nitrogênio: Amarelecimento da ponta para a base em
forma de "V'; secamento começando na ponta das folhas mais velhas e
progredindo ao longo da nervura principal; necrose em seguida e dilaceramento;
colmos finos.
Potássio: Clorose nas pontas e margens das folhas
mais velhas seguida por secamento, necrose ("queima) e dilaceração do
tecido; colmos com internódios mais curtos; folhas mais novas podem mostrar
clorose internerval típica da falta de ferro.
Magnésio: As folhas mais velhas amarelecem nas
margens e depois entre as nervuras dando o aspecto de estrias; pode vir depois
necrose das regiões cloróticas; o sintoma progride para as folhas mais novas.
Zinco: Faixas brancas ou amareladas entre a nervura
principal e as bordas, podendo seguir-se necrose e ocorrer tons roxos; as
folhas novas se desenrolando na região de crescimento são esbranquiçadas ou de
cor amarelo-pálida; internódios curtos.
Fósforo: Cor verde-escura das folhas mais velhas
seguindo-se tons roxos nas pontas e margens; o colmo também pode ficar roxo.
Molibdênio: Pequenas manchas brancas nas nervuras
maiores, encurvamento do limbo ao longo da nervura principal.
Enxofre: Folhas novas e recém-formadas com coloração
amarelo-pálida ou verde suave. Ao contrário da deficiência de nitrogênio, os
sintomas ocorrem nas folhas novas, indicando que os tecidos mais velhos não
podem contribuir para o suprimento de enxofre para os tecidos novos, os quais
são dependentes do nutriente absorvido pelas raízes.
Cálcio: As pontas das folhas mais novas em
desenvolvimento gelatinizam e, quando secas, grudam umas às outras; à medida
que a planta cresce, as pontas podem estar presas. Nas folhas superiores
aparecem, sucessivamente, amarelecimento, secamento, necrose e dilaceração das
margens e clorose internerval (faixas largas); morte da região de crescimento.
Boro: Faixas alongadas aquosas ou transparentes que
depois ficam brancas ou secas nas folhas novas; o ponto de crescimento morre;
baixa polinização; quando as espigas se desenvolvem podem mostrar faixas
marrons de cortiça na base dos grãos.
Cobre: Amarelecimento das folhas novas logo que
começam a se desenrolar, depois as pontas se encurvam e mostram necrose, as
folhas são amarelas e mostram faixas semelhantes às provocadas pela carência de
ferro; as margens são necrosadas; o colmo é macio e se dobra.
Ferro: Clorose internerval em toda a extensão da
lâmina foliar, permanecendo verdes apenas as nervuras (reticulado fino de
nervuras).
Manganês: Clorose internerval das folhas mais novas
(reticulado grosso de nervuras) e depois de todas elas quando a deficiência for
moderada; em casos mais severos aparecem no tecido faixas longas e brancas e o
tecido do meio da área clorótica pode morrer e desprender-se; colmos
finos.
Diagnose visual na Cultura do Algodão:
Nitrogênio: A deficiência de nitrogênio
resulta em clorose, ou seja, perda da intensidade da cor verde em toda a
planta, por causa da redução da clorofila.
Fosforo: A deficiência de P reduz a fotossíntese, o
acúmulo e a translocação dos carboidratos para as maçãs do algodoeiro.
Potássio (K): O algodoeiro é considerado pouco eficiente na
absorção de potássio do solo quando comparado a outras espécies. Dessa forma, a
deficiência de K ocorre com maior frequência e intensidade que na maioria das
espécies agronômicas. Sua deficiência tradicional, em pré-florescimento, é
caracterizada pela clorose internerval das folhas do baixeiro, seguida de
necrose nas margens e queda.
Cálcio: A deficiência de cálcio (Ca) não é comum em
campo. Em geral, os efeitos da acidez do solo e da pobreza dos demais
nutrientes superam ou se expressam mais rápido do que o de deficiência desse
nutriente nas lavouras.
Magnésio: Os sintomas de deficiência de magnésio se
caracterizam pelo lento crescimento do algodoeiro. Por ser um nutriente de alta
mobilidade na planta, os sintomas iniciais surgem nas folhas do baixeiro.
Enxofre: Com a deficiência de enxofre, a
fotossíntese é reduzida, afetando a produtividade e a qualidade da fibra. As
plantas deficientes em enxofre têm crescimento reduzido.
Boro: Em virtude da baixa mobilidade do boro na
planta, os primeiros sintomas ocorrem nas partes jovens, nos tecidos de
condução e nos órgãos de propagação. Os sintomas de deficiência mais comuns no
campo são: amarelecimento das folhas do ponteiro; no período de florescimento/
frutificação aparecem anéis concêntricos verde escuros nos pecíolos e nas
hastes, com necrose interna da medula.
Dificilmente os micronutrientes cloro,
molibdênio, ferro, cobre e zinco apresentam deficiências visuais em
campo.
Diagnose visual na Citricultura:
N: Folhas velhas amarelas; folhas ralas; poucos
lançamentos.
P: Frutos com miolo ôco Fósforo.
K: Folhas bronzeadas e encurvadas; frutos pequenos; queda
exagerada de frutos Potássio.
Mg: Folhas velhas com V verde ao longo da nervura
principal.
Boro: Morte de gemas; folhas menores e deformadas.
Cobre: Folhas grandes e flácidas; exsudação de goma nos ramos
novos; frutos com manchas escuras.
Manganês: Folhas novas com amarelecimento ou cor
verde-pálida entre as nervuras.
Zinco: Internódios mais curtos; folhas novas estreitas
com cor amarelada entre as nervuras.
Diagnose visual na Cultura da Soja:
Macronutrientes primários: N, P, K
Nitrogênio (N): A característica da deficiência do N é a
redução uniforme de coloração verde das folhas, alterando-se para verde pálido
e amarelado (clorose), devido à elevada mobilidade desse nutriente, os sintomas
se iniciam pelas folhas mais velhas.
Fósforo (P):O P é rapidamente translocado dentro das
plantas e pode mover-se dos tecidos mais velhos para os mais novos, em
condições de reduzida disponibilidade no solo. Em plantas adultas, a grande
parte do P transloca-se para as sementes. Devido à alta mobilidade do P na
planta, seu sintoma de deficiência aparece, inicialmente, nas folhas mais
velhas, caracterizado pela coloração anormal em verde-escuro azulado ou
bronzeada. A cor púrpura deve-se ao decréscimo da síntese de proteína quando P
é deficiente. Outras anormalidades na planta podem ser: caules finos, folhas
pequenas, crescimento lateral limitado. Em linha onde o adubo fosfatado não foi
aplicado pela adubadora, as plantas ficaram com altura e crescimento reduzidos.
Potássio (K): Inicialmente, com a deficiência do K,
tem-se o amarelecimento no ápice das folhas adultas, sendo atingidas as bordas
e toda a lâmina foliar, com necroses posteriores dos tecidos na mesma ordem de
progressão dos sintomas. Na linha onde não foi realizada a adubação potássica
pela adubadora, nota-se o amarelecimento das folhas e plantas menores do que as
normais, com haste grossa. As plantas com deficiência de K têm flores
remanescentes, menos vagens, o tamanho é pequeno e sem sementes, comparado com
plantas normais. As vagens são manchadas o que afeta a qualidade de sementes. A
deficiência de K também causa a abertura de vagens com germinação e
deterioração de sementes em seu interior. Em solos arenosos, a aplicação
insuficiente de K por vários anos pode causar sintomas de: haste verde, haste
verde e retenção foliar, frutos partenocárpicos.
Macronutrientes Secundários: CA, Mg e S
Cálcio (Ca): Com a carência de Ca, são afetados os pontos
de crescimento, bem como os meristemas apicais das hastes e das raízes, podendo
ocorrer à morte da planta. As folhas tornam-se enroladas e pode haver o colapso
dos pecíolos. O sistema radicular apresenta-se com coloração marrom e pequeno
desenvolvimento.
Magnésio (Mg): Sua deficiência é visualizada nas folhas
velhas, inicialmente em clorose marginal e, posteriormente, internerval,
seguindo-se o secamento das bordas.
Enxofre (S): Os sintomas de deficiência de S são
semelhantes àqueles do N diferindo-se deste último por ser nas folhas mais
novas, devido à sua menor mobilidade nos tecidos. O sistema radicular e a
nodulação são reduzidos. Excesso de S pode causar toxidez. A aplicação de
superfosfato triplo, no cerrado do primeiro ano, em lugar de superfosfato
simples (contém 13% de S) causa sintomas similares aos de deficiência de N e as
plantas não crescem. O excesso de S nas folhas causa manchas de amarelecimento.
Os Micronutrientes Que Tem Recebido Maior Atenção São
Boro, Zinco, Manganês, Molibidênio e Ferro
Boro (B): Devido à baixa solubilidade dos compostos
de B na planta, o sintoma de deficiência é constatado nas gemas apicais e em
folhas novas. Pela figura, nota-se que as folhas são coriáceas, rugosas e
espessas.Zinco
(Zn): O sintoma de deficiência de Zn é observado em
folhas adultas com coloração amarelo- castanho.
Cobre (Cu): Os sintomas de deficiência de Cu são:
clorose, morte apical e internódios curtos, clorose (cor violeta) nas bordas da
folha; desenvolvendo-se entre as nervuras, com início nas folhas novas.
Ferro (Fe): O sintoma de deficiência de Fe é a clorose
internerval, que pode ser confundida com o sintoma provocado pela deficiência
de N, em caso de ser inicial. Com a progressão dos sintomas visuais, é possível
distinguir da deficiência por N, por ocorrer em folhas mais novas. Devido à sua
mobilidade em estado mais avançado, a cor verde desaparece completamente
inclusive nas nervuras principais. A soja FTA é usada como planta indicadora de
deficiência de Fe.
Manganês (Mn): Plantas deficientes em Mn têm inicialmente
clorose nas folhas, sendo esse mais grosseiro do que o de Fe; a toxicidade se
caracteriza pela encarquilhamento das folhas e presença de pintas necróticas.
Molibdênio (Mo): Os sintomas de deficiência de Mo são
semelhantes aos de N, pois esse micronutriente é essencial à incorporação de N
ao esqueleto orgânico dos tecidos e em leguminosas, por ser integrante de
enzima nitrogenase, no caso de sua deficiência e também a absorção de N
atmosférico.
Figura 1: Exemplo de deficiência de nutrientes no milho